Em ambientes de missão crítica, como hospitais, não existe espaço para erros ou falhas. Isso pode significar a perda de vidas humanas. Cada monitor cardíaco, cada respirador, cada sistema de iluminação em um centro cirúrgico depende de um “fio invisível, mas absolutamente vital: a energia elétrica. E é justamente por ser invisível que muitas vezes sua importância só é percebida quando o fornecimento é interrompido — o que, em um ambiente de saúde, simplesmente não pode acontecer.
A eletricidade é a espinha dorsal da operação hospitalar moderna. Ela alimenta não apenas os equipamentos médicos que salvam vidas, mas também os sistemas que garantem conforto, segurança e agilidade no atendimento: da refrigeração adequada de medicamentos e vacinas ao funcionamento de servidores que armazenam prontuários eletrônicos. Uma queda de energia, por menor que seja, pode significar a interrupção de um exame, a falha em uma cirurgia ou a perda de dados sensíveis. Em um mundo onde clínicas e hospitais operam 24 horas por dia, sete dias por semana, a continuidade energética é tão crucial quanto o próprio ato de cuidar.
Essa realidade tem levado o setor público e privado a investirem em soluções robustas de proteção elétrica. Em 2024, a ANEEL destinou R$ 23,7 milhões para modernizar a infraestrutura elétrica de 40 instituições de saúde no Rio Grande do Sul, como resposta a eventos climáticos extremos. A iniciativa inclui desde a instalação de sistemas fotovoltaicos até armazenamento de energia, permitindo que esses locais continuem operando mesmo diante de emergências.
Outro exemplo é o investimento de R$ 70 milhões da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), entre 2022 e 2024, para modernização elétrica de hospitais públicos e filantrópicos em Minas Gerais. A adoção de tecnologias mais eficientes, como a substituição de equipamentos de alto consumo por modelos de baixo impacto e o uso de energia solar, reforça o compromisso com a sustentabilidade sem abrir mão da segurança energética.
Mas além dos grandes projetos, há um movimento técnico silencioso — e essencial — acontecendo dentro dos próprios hospitais: a instalação de sistemas inteligentes de proteção de energia, como nobreaks com conectividade IoT, que monitoram em tempo real o fornecimento e possibilitam ações remotas para evitar interrupções. Essas tecnologias têm se mostrado decisivas em situações críticas. Durante o apagão nacional ocorrido em janeiro de 2024, unidades hospitalares equipadas com soluções avançadas de energia conseguiram manter seus serviços operando até a retomada total da eletricidade, sem impacto no atendimento aos pacientes.
O setor de saúde está, cada vez mais, apoiado por tecnologias de ponta: da telemedicina às cirurgias robóticas, da inteligência artificial ao prontuário eletrônico em nuvem. E todas essas inovações dependem de um elemento básico, mas indispensável: energia de qualidade, estável e ininterrupta.
A reflexão que se impõe é clara: tão importante quanto investir em inovação clínica é assegurar que essa inovação esteja respaldada por uma base elétrica sólida. Planejar, prever e proteger são ações que, no contexto hospitalar, salvam vidas. E nesse cenário, a energia deixa de ser um insumo para se tornar uma aliada estratégica da medicina.
• Por: Jamil Mouallem, sócio-diretor Comercial e Marketing da TS Shara.