O resultado de R$ 1,6 bilhão inferior ao apresentado no primeiro trimestre de 2024, reflexo da menor contribuição dos negócios via equivalência patrimonial. A receita operacional líquida foi de R$ 9,663 bilhões queda de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior. E, alumas considerações de destaques no Relatório Integrado de 2024.
A Cosan (CSAN3) divulgou seus resultados referente aos primeiro trimestre de 2025 na noite do dia 15 de maio (quinta-feira), e realizou teleconferência com jornalistas e o mercado na manhã do dia 16 de maio (sexta-feira).
A holding reportou um prejuízo de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre de 2025.O resultado de R$ 1,6 bilhão inferior ao apresentado no 1T24, reflexo da menor contribuição dos negócios via equivalência patrimonial. A receita operacional líquida foi de R$ 9,663 bilhões queda de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, sigla em inglês) ajustado foi de R$ 5 bilhões, 30,6% menor do que os R$ 7,2 bilhões vistos um ano antes. O Ebitda sob gestão da Cosan contempla 100% dos resultados das investidas controladas e co-controlada, sendo Rumo, Compass, Moove, Radar e Raízen.
A dívida líquida corporativa no primeiro trimestre de 2025 somou R$ 17,5 bilhões, R$ 6,0 bilhões inferior ao quarto trimestre de 2024, explicado principalmente pela entrada do recurso da venda das ações da Vale e pelas ações de liability management realizadas no período. Como resultado, além da redução do endividamento, o custo médio de dívida passou de CDI+1,40% para CDI+0,91%, e o prazo médio da dívida aumentou para 6,4 anos, versus 6,1 anos quando comparado ao quarto trimestre de 2024.
O ICSD encerrou o período em 1,2x, acréscimo de 0,1x versus o quarto trimestre de 2024, em razão do maior rendimento de caixa e do menor impacto de pagamento de juros, devido às ações de liability management que serão abordadas no item B.1 Endividamento.
A Cosan Corporativo encerrou o trimestre com dívida bruta de R$ 21,7 bilhões, R$ 3,6 bilhões inferior ao primeiro trimestre de 2024 e uma redução de R$ 6,1 bilhões versus o quarto trimestre de 2024, reflexo das ações de gestão ativa do endividamento realizadas no período, conforme detalhado na tabela abaixo. A dívida líquida ao final do 1T25 foi de R$ 17,5 bilhões, R$ 6,0 bilhões menor do que no quarto trimestre de 2024 em razão da entrada do recurso da venda das ações da Vale. Os investimentos totalizaram R$ 4,5 bilhões no primeiro trimestre de 2025, 12% inferior quando comparado com o mesmo período do ano anterior.
Na teleconferência apesar dos números, abordaram o desempenho das controladas da Cosan, que segundo eles, compensaram a maior dívida da empresa e contribuíram para a redução da alavancagem. Além disso, a Cosan mencionou seus investimentos em um portfólio robusto de ativos nas áreas de energia renovável, agronegócio, óleo e gás, mineração e mercado de carbono.
Para os analistas a empresa está “correndo contra o relógio”, com uma dívida anual estimada em R$ 3,5 bilhões, uma entrada de dividendos em cerca de R$ 2,5 bilhões e despesas gerais e administrativas em R$ 400 milhões por ano.
A queda das ações reflete a sensação de que a Cosan precisa equilibrar o custo da dívida com o caixa das subsidiárias, caso contrário, o passivo continuará a se acumular e pressionará ainda mais o valor do patrimônio líquido.
O grupo Cosan, do empresário Rubens Ometto, tem clareza da urgência sobre alternativas para ajustar sua estrutura de capital, disseram diretores durante teleconferência, diante de um elevado endividamento que, em período de juros elevados, tem pressionado os resultados.
— Desinvestimentos da holding Cosan e da subsidiária Raízen estarão no foco dos planos, enquanto vendas de participações relevantes na Rumo ou na Compass não são consideradas —disse o CEO da companhia, Marcelo Martins.
Ele falou em “volume de desinvestimentos substancial”, que deve passar por ativos na área de energia e redução da capacidade de moagem, com venda de algumas usinas.
Segundo o executivo, no caso da Raízen, alternativas estão postas, o que seria válido também para a Shell, sócia da Cosan na empresa de bioenergia.
A Cosan também mencionou que está correndo contra o relógio para lidar com a pressão dos resultados, mas apesar de alguns desafios se mantém focada em seu plano de crescimento e desenvolvimento, buscando otimizar seus negócios e gerar valor para seus acionistas.
Relatório Integrado 2024 divulgado neste primeiro trimestre — Documento reforça a transparência e compromisso da companhia com boas práticas ambientais, sociais e de governança e comunica aos stakeholders os avanços em ESG das empresas do portfólio.
O seu Relatório Integrado 2024, consolidando os avanços da companhia nas agendas ambiental, social, econômica, climática e de governança. O documento reflete o papel da empresa como gestora de ativos em setores essenciais, e fomenta a transparência para os stakeholders sobre as práticas ESG de todo o ecossistema.
O documento consolida o papel da holding em influenciar construtivamente o portfólio de investidas por meio dos 5 temas materiais: Governança Corporativa & Transparência; Segurança; Diversidade, Equidade & Inclusão; Impacto Social Positivo e Mudanças Climáticas. Além disso, apresenta de forma consolidada a agenda ESG com base nas melhores práticas, promovendo intercâmbios com as investidas do grupo.
—Nosso portfólio é bastante diverso, e as estratégias de sustentabilidade são adequadas aos desafios específicos de cada operação. Nosso papel é influenciar a geração de valor, utilizando os temas materiais como fio condutor e garantindo a sinergia com os propósitos da holding —ressalta a gerente de ESG na Cosan, Beatriz Zaplana.
Índices e Reconhecimentos ESG — Em 2024, a companhia integrou, pela primeira vez, a carteira do Dow Jones Sustainability World Index (DJSI World), além de manter sua presença na carteira do ISE B3 pelo quinto ano consecutivo e em outros índices de destaque como ICO2 B3, IDIVERSA e S&P Global ESG Score.
Práticas de Governança e Transparência —Desde 2023 todos os colaboradores passaram a ter remuneração variável atrelada às metas ESG, gestão de riscos e controles internos. “Essa prática reforça nosso compromisso com a transparência e a sustentabilidade, gerando integração do tema aos objetivos estratégicos da companhia”, destaca Fernando Tinel, Gerente Executivo de RI e ESG na Cosan.
Com relação à capacitação, 88% dos colaboradores participaram de treinamentos focados na gestão de riscos climáticos, um tema que está sendo cada vez mais pautado para a condução de iniciativas de adaptação e mitigação das operações do portfólio.
A Cosan também integra o “Movimento 100% transparência” do Pacto Global da ONU. “Garantir a transparência nas relações comerciais é parte da cultura de ética e integridade da Cosan”, completa Tinel.
Mudanças Climáticas — As mudanças climáticas têm um impacto significativo nos negócios, representando tanto desafios quanto oportunidades na transição para uma economia de baixo carbono. A Rumo reduziu 3,3% das suas emissões em comparação a 2023, até 7,9 menos emissões de GEE em comparação com modais menos eficientes; Compass reduziu as emissões dos gases em 64% escopo 1 na Comgás (2023/2019); já a Raízen gerou 2,3 TWh de energia elétrica renovável a partir de biomassa, evitando 5,9 milhões de CO₂ por ano pela oferta de produtos renováveis no último ano safra divulgado.
No período, houve reconhecimentos importantes, tanto nacionais quanto internacionais, como a permanência no Índice de Sustentabilidade da B3 pela Cosan e Raízen, o Carbon Disclosure Project — com a Raízen e Compass atingindo nota A-, e a Rumo obtendo nota B no CDP nas categorias de Mudanças Climáticas, Segurança Hídrica e Florestas.
Lideranças femininas —O aumento da participação feminina em cargos de liderança continua sendo prioridade estratégica na Cosan. A holding fechou 2024 com 56,2% dos cargos de liderança ocupados por mulheres. Já no seu ecossistema de investidas, a Compass tem 43% de mulheres na liderança, a Moove, 31%, a Rumo, 30% e a Raízen, 28%.
A companhia é certificada pelo Selo Women on Board (WOB), iniciativa apoiada pela ONU para incentivar a diversidade de gênero nos conselhos. O board do Conselho de Administração da Cosan, inclusive, conta com duas mulheres, o que representa 33% da composição geral. Em 2024, também obteve reconhecimento em índices relevantes nessa agenda como IDIVERSA da B3 e Teva Mulheres na Liderança. Além disso, assumiu novos compromissos com o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ e a Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, reforçando o papel no avanço da inclusão e da equidade.
—Em 2025, seguiremos atuando com nosso modelo de gestão Cosan, alinhado às melhores práticas do mercado e que reflita as prioridades dos nossos stakeholders — explica Beatriz.