Diante de guerra comercial e concorrência externa. Associação alerta para a entrada de excedente estrangeiro no país e busca ação coordenada entre indústria e governo para preservar a capacidade produtiva nacional.
A Abimetal – Sicetel, entidade representativa da indústria processadora de aço no Brasil, demonstra preocupação com o recente acirramento das disputas comerciais adotadas pelos Estados Unidos. O setor corre risco de ser sufocado por uma avalanche de produtos importados.
A escalada comercial — que iniciou com tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio e tem se acirrado com tarifas recíprocas instáveis — tende a gerar uma avalanche de produtos que não mais serão exportados para os Estados Unidos, em especial itens produzidos pela China. O excedente será desviado para países com menor proteção tarifária, como é o caso do Brasil -—que demora muito a reagir no sentido de garantir o fortalecimento da indústria, necessário para dar isonomia competitiva para suas empresas. —Precisamos nos antecipar a um possível aumento da presença de produtos chineses no mercado —alerta Ricardo Martins, presidente da associação.
Segundo o executivo, a China possui um excedente de produção de aço da ordem de 300 milhões de toneladas por ano, quase dez vezes a produção brasileira. —O Brasil pode se tornar o principal destino dos excedentes asiáticos. Não se trata apenas de aço bruto, também devemos considerar os impactos em produtos com aço contido —analisa ele.
A indústria corre o risco de ser esmagada por uma concorrência que opera em condições desiguais, na visão da Abimetal-Sicetel, que defende medidas urgentes de fortalecimento da indústria frente à combinação do chamado Custo Brasil com a concorrência internacional. —A OMC já não tem protagonismo e não temos tempo para esperar. Isso poderá nos causar grandes prejuízos, pois os processos de Defesa Comercial são muito morosos e muitas vezes, quando se chega a uma decisão, nossas indústrias já fecharam suas portas—afirma Ricardo.
Diante desse cenário, a entidade prevê um futuro desafiador para as exportações brasileiras e para a manutenção de empregos no setor, razão pela qual está cobrando do Governo Federal o aumento urgente das tarifas de importação, com o intuito de diminuir os preços baixos praticados especialmente por produtores chineses.
A Abimetal-Sicetel também alerta para a ausência de uma política industrial robusta no país, com isonomia competitiva para seus produtores a fim de lutar contra uma guerra de preços irreais e condições artificiais de concorrência. —Se não reagirmos rapidamente, o aço chinês vai dominar o nosso mercado. Isso não é livre comércio. É abandono estratégico —conclui Ricardo.
Abimetal — Sicetel: a Abimetal — Sicetel surgiu da união entre a Abimetal e o Sicetel, representando a indústria processadora de aço no Brasil. Sua atuação conjunta representa cerca de 400 indústrias de pequeno, médio e grande portes, de capital nacional e estrangeiro, que integram o segundo elo da cadeia produtiva do aço no país. A organização promove a competitividade, a inovação e o crescimento sustentável do setor, além de atuar em defesa de políticas públicas que incentivem o desenvolvimento econômico e a integração da indústria nacional.
O Sicetel: o Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos(Sicetel) é uma entidade de classe patronal sem fins lucrativos, fundada em setembro de 1934. Desde 1979, representa exclusivamente as empresas processadoras de aço, sendo responsável pela defesa de seus interesses e pelo fortalecimento do setor.
A Abimetal: a Associação Brasileira da Indústria Processadora de Aço (Abimetal) surgiu no final de 2018 para atender às necessidades de suas representadas por um modelo moderno de atuação associativa. Seu objetivo é focado no fortalecimento e desenvolvimento do setor, promovendo a defesa dos interesses das empresas associadas. | https://sicetel-abimetal.com.br e, redes sociais.