Projeto de PD&I prevê a criação de sistemas robóticos para realizar limpeza, preparação de superfícies, inspeção e pintura de tanques de FPSOs. Robôs serão integrados ao Sistema de Gestão de Integridade de Ativos que irá integrar o resultado do trabalho de diversos robôs no tanque. O objetivo é minimizar a intervenção humana nas etapas de limpeza, inspeção e pintura, reduzindo os riscos de exposição a ambientes contaminados.
A ouronova, deep tech brasileira que atua na área de energia, firmou parceria com a Equinor, empresa internacional de energia que atua no Brasil há mais de duas décadas, para desenvolverem sistemas robóticos para a execução de tarefas de Integridade, Manutenção e Reparo (IM&R) em tanques de FPSOs (Floating Production, Storage and Offloading), que são obrigatórias e periódicas conforme normas, e expõem os trabalhadores a altos riscos devido a ambientes insalubres (confinados e com trabalho em altura) e perigosos (atmosfera explosiva). O projeto, no modelo de inovação aberta, será realizado com recursos da cláusula de PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) dos contratos de concessão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A parceria está sendo divulgada na OTC 2025, que está se realizando em Houston (EUA).
O principal objetivo do projeto é melhorar a eficiência e a qualidade das operações de limpeza, inspeção e pintura, reduzindo a necessidade de entrada de trabalhadores em tanques (áreas de risco) das unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência. Os robôs são equipados com tecnologias mais avançadas e precisas, e contribuirão para reforçar a segurança humana e a integridade dos ativos.
—O Brasil tem uma das maiores frotas de FPSOs do mundo em operação e há uma demanda crescente por esse tipo de unidade estacionária de produção (UEPs), que se mostram cruciais para viabilizar a exploração de óleo e gás em águas profundas. A complexidade e a escala dessas operações, assim como a necessidade de se assegurar a devida integridade dos sistemas offshore, tornam a manutenção regular desses tanques uma tarefa imprescindível para garantir a continuidade e a segurança das operações— destaca Eduardo Costa, CEO da ouronova.
Segundo as diretrizes estabelecidas pela ABS – Enhancing Safety on FPSOS: Practical Considerations for Operations and Maintenance, os tanques de carga dos FPSOs precisam ser limpos a cada cinco anos para que inspeções de verificação de integridade e eventuais reparos possam ser realizados.
A parceria entre a ouronova e a Equinor, uma das principais lideranças na exploração e produção offshore de óleo e gás no mundo, busca viabilizar a geração de ferramentas tecnológicas que tornem mais seguras e eficazes a inspeção e manutenção dos tanques de lastro e de carga (que armazenam o petróleo extraído até o seu transporte ou exportação) dessas unidades, aumentando sua segurança operacional e vida útil.
Os métodos tradicionais de limpeza, tanto o convencional como o mecanizado, exigem a presença de operadores no interior do tanque, o que os expõe a riscos elevados. A implementação desses sistemas robóticos trará benefícios para as operações, por reduzir a necessidade da atuação de pessoas no interior de tanques, um espaço confinado e potencialmente perigoso por sua condição insalubre – diminuindo o risco de acidentes e reduzindo POB (People On Board) durante a execução das atividades.
O projeto Tankbotics —O projeto prevê, inicialmente, o desenvolvimento de sistemas robóticos, com dispositivos de inspeção embarcados que permitirão a verificação da integridade das superfícies de interesse antes da aplicação da pintura e/ou após a limpeza.
Será desenvolvida uma plataforma robótica modular para realizar a limpeza de resíduos acumulados no fundo do tanque, incluindo a remoção de petróleo bruto, detritos e, eventualmente materiais radioativos naturalmente ocorrentes (NORM), de forma otimizada, eficaz e segura, minimizando a necessidade de trabalhadores no interior do tanque (ou eventualmente até eliminando).
Após a conclusão da limpeza, o mesmo sistema realizará a inspeção do fundo do tanque, utilizando tecnologia de sensoriamento padrão da indústria, para identificar possíveis danos, corrosão ou outras irregularidades que possam comprometer a integridade do tanque. A plataforma robótica modular possibilita a troca de ferramentas de acordo com a atividade a ser realizada e as funcionalidades necessárias para a referida atividade.
Um outro sistema robótico, equipado com sensores avançados para detectar sinais de desgaste, corrosão e outros danos estruturais que possam afetar a integridade do ativo, será desenvolvido para a inspeção das colunas e paredes internas do tanque. —Além da inspeção, este sistema executará a pintura das superfícies internas, realizando tratamento da superfície e aplicando revestimentos protetores que previnem a corrosão e prolongam a vida útil da estrutura de acordo com recomendações e normas vigentes, de forma a garantir uma cobertura uniforme —complementa Eduardo Costa.
Digital Twin —Esses sistemas robóticos, que serão integrados ao Sistema de Gestão de Integridade de Ativos, vão promover o aprimoramento e maior precisão das inspeções, possibilitando diagnósticos mais confiáveis e intervenções mais eficazes.
Os resultados das inspeções serão integrados ao gêmeo digital (Digital Twin) do tanque, também objeto deste projeto, permitindo que equipes de integridade (Asset Integrity) acompanhem em tempo real a evolução dos pontos críticos do ativo. O gêmeo digital também será integrado à IHM (Interface Homem-Máquina) dos sistemas robóticos, proporcionando suporte à navegação destes e ao georreferenciamento dos dados coletados e atividades executadas, podendo ser utilizado em simulações para validações dos conceitos nas etapas iniciais do projeto (assim como para planejamentos e treinamentos referentes à execução do serviço futuro).
O projeto de PD&I da ouronova e da Equinor, abre caminho para a aplicação de tecnologias semelhantes em outras áreas do FPSO e em diferentes ativos da indústria, ampliando ainda mais o impacto positivo dessas soluções nas operações offshore, com a possibilidade de uso deste sistema para limpeza, inspeção e pintura de cascos e de outras estruturas de superfície.
—Representa um avanço significativo na automação e modernização das operações de FPSOs, alinhando-se às necessidades da indústria de petróleo e gás de operar de maneira mais segura, eficiente e sustentável. Assim como, possibilita que tenhamos o desenvolvimento de uma solução nacional para atuar neste complexo desafio —conclui Eduardo Costa, CEO da ouronova.
ouronova — A ouronova é uma deep tech, ancorada em pesquisa, desenvolvimento e inovação, que aporta seus recursos intelectuais e operacionais para construir novos negócios em parcerias que somam competências, buscando prover soluções inovadoras para a indústria de petróleo e gás, contribuindo crescentemente para a diversificação energética. | www.ouronova.com
Equinor — A Equinor é uma empresa internacional de energia comprometida com a criação de valor a longo prazo em um futuro de baixo carbono. No Brasil, área estratégica internacionalmente para a companhia, o portfólio crescente conta com ativos em óleo e gás (O&G) e energias renováveis. Em O&G, a companhia tem projetos em desenvolvimento, incluindo Raia e Bacalhau, e ativos em produção, como Peregrino e Roncador. Em renováveis, a empresa conta com ativos em energia solar em operação — as plantas solares Apodi e Mendubim, além de ter adquirido em 2023 a Rio Energy, empresa líder em energia renovável onshore.