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08/05/2025

Motocicleta, riscos e perigos, há solução?

Segundo a Federação Nacional de Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), nos últimos cinco anos houve um aumento de 74 % na venda de motocicletas no Brasil, sendo que em 2019 foram 1.077.533 motos vendidas e em 2024 esse número subiu para 1.875.903.

Junto com esses números astronômicos, os maiores desafios que acompanham o crescimento da frota são a falta de uma educação rígida de trânsito e a conscientização dos riscos que a utilização inadequada da motocicleta pode causar, não só para o condutor, mas também para terceiros. Além da falta de fiscalização com punição exemplar para os infratores.

Nos últimos anos, temos visto cada dia mais motociclistas criando novas regras no trânsito. Citando algumas: sinal, ou farol vermelho não é para parar; não existe contramão, as faixas de trânsito que dividem as pistas foram feitas para circulação de motocicletas, exceto quando não há congestionamento; utilizar a calçada como rua em congestionamento também está liberado. Para finalizar, é livre em qualquer hora e lugar, estacionar motocicleta na calçada, mesmo que impeça o ir e vir do pedestre. A inversão de valores está tão absurda, que motociclistas fizeram protesto, porque a Polícia Militar apreendeu diversas motos circulando de forma irregular na Baixada Fluminense e em bairros situados na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.

Temos com isso, o Brasil ocupando a quarta maior taxa de mortalidade, por 100 mil habitantes, em decorrência de acidentes com motocicletas no mundo, entre 2014 e 2023, registrando 128.550 óbitos em dez anos. Dados consolidados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Datasu, no Portal do Trânsito do Ministério da Saúde.

Em 2023, dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que três em cada quatro acidentes de trânsito atendidos pela corporação envolveram motos. Foram 20.877 ocorrências, de um total de 27.161, uma média de um acidente com motocicleta a cada 25 minutos. Com o fim do seguro DPVAT essa conta agora é paga por toda sociedade e não somente por quem possui veículo automotor que era obrigado a pagar o seguro.

Todos esses fatos agravados com o aumento do número de roubos e furtos, acabam punindo os motociclistas prudentes, que pagam um seguro mais caro e não encontram seguradoras com regras de aceitação para determinados modelos e regiões.

Que o “Maio Amarelo” sirva para despertar nas autoridades, a necessidade de uma política pública rigorosa e eficaz, conscientizando os motociclistas a respeitarem as leis de trânsito, deixando claro as punições pelo não cumprimento. Certamente isso contribuirá para redução no prêmio do seguro, viabilizando que mais motociclistas contratem seguro.

Por: Jayme Torres, diretor da AECOR-RJ. | A AECOR-RJ teve origem na Associação dos Corretores de Seguros da Baixada Fluminense (ACBF), criada em abril de 1999 por um grupo de tradicionais corretores da região para atender às demandas dos profissionais da Baixada. Hoje, a associação reúne cerca de 200 profissionais pessoas físicas.

O objetivo da Associação é fortalecer e representar a classe, apoiar o associado em todas as suas demandas, oferecer serviços, disponibilizar recursos tecnológicos ao corretor, oferecer suporte técnico com treinamentos, promover reuniões e debates com as seguradoras.