alan-barizoni

08/05/2025

Lucro ou prejuízo? A resposta está no gerenciamento de risco

Entenda por que ignorar o gerenciamento de risco pode arruinar seus investimentos, e como aplicar esse conceito de forma prática

Em tempos de acesso fácil à informação e de plataformas que permitem investir com poucos cliques, muitos investidores iniciantes e até experientes, negligenciam um dos pilares mais importantes do mercado financeiro: o gerenciamento de risco. Embora seja menos atraente do que promessas de alta rentabilidade, esse cuidado é o que, na prática, garante a sobrevivência no longo prazo.

Segundo o trader e estrategista de investimentos Alan Barizoni, essa é uma das principais falhas de quem busca crescer o patrimônio. “Investir sem gerenciamento de risco é como dirigir um carro sem freio. Pode até parecer emocionante no começo, mas o final tende a ser catastrófico. “O investidor que não aprende isso cedo, aprende da pior forma: perdendo dinheiro”, afirma.

Um dos erros mais comuns é o excesso de concentração em um único ativo ou setor. Alan explica que muitos investidores se iludem com performances passadas ou com “dicas quentes” e acabam alocando uma parte desproporcional do capital em uma só posição. —O problema não é acreditar em uma tese. O problema é colocar todas as fichas nela. Basta um evento inesperado, e o prejuízo pode ser irreversível. A diversificação é um seguro contra o erro de previsão, que, aliás, é mais comum do que se imagina— explica.

Outro fator crítico é a falta de definição clara de limites de perda. Para Alan, o famoso stop loss não é apenas uma ferramenta técnica, mas uma atitude estratégica. —A maioria das pessoas entra em uma operação sabendo o quanto quer ganhar, mas raramente define quanto está disposta a perder. Sem esse limite, a emoção toma conta, e o investidor vira refém do mercado. E emoção e dinheiro raramente combinam —pontua.

A ilusão de controle também é um vilão silencioso. Muitos acreditam que conseguem prever movimentos de mercado com base em análises, gráficos ou notícias, ignorando que eventos imprevisíveis são parte do jogo. —Não existe investimento sem risco. O que existe é o investidor que se prepara e o que se ilude. A função do gerenciamento de risco é reconhecer que imprevistos acontecem e reduzir o impacto que eles podem causar —destaca.

Outro erro recorrente é o uso excessivo de alavancagem, especialmente entre traders. Embora possa aumentar os ganhos, o efeito inverso é devastador quando as operações não seguem o esperado. —A alavancagem dá uma falsa sensação de poder. Mas, no mercado, quanto maior a alavancagem, menor a margem para erro e errar é inevitável —alerta Alan.

Por fim, Alan chama atenção para um ponto muitas vezes ignorado: o risco comportamental. —O maior risco não está só no mercado, mas também na forma como o investidor reage a ele. Ganância, medo, euforia, pânico, tudo isso influencia nas decisões. Por isso, o gerenciamento de risco precisa ser uma prática contínua, que leva em conta não só os números, mas também o comportamento humano —conclui.