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28/03/2025

Risco sacado se torna alternativa para manter uma cadeia de suprimento sustentável

Modelo financeiro ajuda fornecedores a manter capital de giro e fortalece relações comerciais

Diante de instabilidades econômicas e flutuações de mercado, manter a cadeia de suprimentos em funcionamento pode ser um obstáculo para as empresas. Paralelo a isso, o risco sacado tem se tornado uma alternativa eficiente para garantir a sustentabilidade financeira dos fornecedores e, ao mesmo tempo, fortalecer as relações entre compradores e parceiros comerciais.

Como funciona o risco sacado? — O risco sacado, também conhecido como Supply Chain Finance (SCF), é uma modalidade de antecipação de recebíveis que permite que fornecedores recebam seus pagamentos antes do prazo original, com taxas mais atrativas do que em outras linhas de crédito.

Diferente de operações convencionais, a empresa compradora negocia condições com instituições financeiras para que seus fornecedores possam antecipar valores com taxas reduzidas, já que a avaliação de crédito é feita com base na solvência do comprador, e não do fornecedor.

Com isso, as empresas que fornecem produtos ou serviços podem garantir fluxo de caixa constante, sem comprometer sua operação. Já o comprador mantém uma cadeia de suprimentos mais sólida e com menos riscos de rupturas, evitando atrasos na produção e garantindo um fornecimento estável de insumos.

Benefícios para a cadeia de suprimentos — A adoção do risco sacado traz benefícios para todas as partes envolvidas. Para os fornecedores, o modelo permite acesso a capital de giro de forma mais acessível, sem a necessidade de recorrer a empréstimos bancários com juros elevados. Além disso, a previsibilidade financeira auxilia na negociação de melhores condições com outros parceiros e na ampliação da capacidade produtiva.

Para as empresas compradoras, o risco sacado representa uma estratégia eficiente de gestão financeira. Ao garantir que seus fornecedores tenham fôlego para continuar operando, evitam problemas na cadeia produtiva, garantindo continuidade no fornecimento e preços mais estáveis. Além disso, fortalece a parceria com fornecedores estratégicos, que passam a enxergar o comprador como um aliado financeiro e comercial.

Outro fator relevante é a melhora na gestão do capital de giro. Como o pagamento é mantido dentro dos prazos acordados com os fornecedores, as empresas podem planejar melhor seus desembolsos, mantendo a saúde financeira sem comprometer suas operações.

Sustentabilidade financeira e competitividade — O risco sacado também contribui para um ambiente de negócios mais sustentável e competitivo. Ao oferecer aos fornecedores uma alternativa de crédito mais vantajosa, grandes empresas promovem um ecossistema empresarial mais saudável, reduzindo a inadimplência e incentivando o crescimento de pequenos e médios fornecedores.

Além disso, empresas que adotam essa estratégia demonstram um compromisso com boas práticas de governança e responsabilidade social, o que pode ser um diferencial competitivo no mercado. O fortalecimento da cadeia de suprimentos reflete em melhores relações comerciais, aumentando a confiabilidade e a eficiência operacional.

O futuro do risco sacado no Brasil — O modelo de risco sacado vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil, especialmente em setores que dependem de fornecedores diversificados e com margens apertadas, como a indústria, o varejo e o agronegócio.

Com o avanço da digitalização e da automação financeira, as plataformas que facilitam a implementação desse tipo de operação têm se tornado mais acessíveis, permitindo que empresas de diferentes portes possam adotar a estratégia.

À medida que mais empresas adotam essa prática, a tendência é que o mercado se torne mais equilibrado e competitivo, beneficiando todos os elos da cadeia produtiva.